Estas palavras foram proferidas pelo senhor Michael O’Leary, chefe executivo da Ryanair, sobre o facto da sua concorrente directa Easyjet, ter anunciado que iria aderir aos sistemas de distribuição das agências de viagens. O que é certo é que a Easyjet, parece estar a ser mais inteligente pois reconhece que o canal de distribuição das agências de viagens, é o maior na distribuição do transporte aéreo. Enquanto este senhor O’Leary (já apelidado de provocador), parece não ter a mínima noção que são os agentes de viagens que colocam uma boa parte dos passageiros a bordo dos aviões da Ryanair. Que o digam os milhares de passageiros que a Travel Gate já colocou a bordo de aviões da Ryanair.

Perde-se ainda muito tempo a criticar aquilo que os outros fazem, em vez de se inovar. Neste caso, acredito mesmo que os senhores da Ryanair ficaram furiosos pela iniciativa ter partido da sua rival Easyjet.

Julgo que mais importante que estas criticas “vulgares” estes senhores devem preocupar com a TRANSPARÊNCIA dos seus preços. A compra de um bilhete de avião nos sites das companhias aéreas Low Cost tem sido cada vez mais complexa. É extraordinário que se publicite DOIS MILHOES DE LUGARES GRATIS, depois na prática paga-se: reserva, prioridade no check-in (ser o primeiro a entrar no avião, boa!), malas (quantas mala leva, paga à parte 8 euros por mala), taxas de aeroporto, seguro de viagem (altamente recomendado! a 16 euros por percurso, negócio da china!), equipamento especial (paga à parte)…. paga com cartão de crédito? (então mais 3 a 9 euros, excelente!), mas se pagar com multibanco já não paga, mas o sistema não os aceita. Será isto transparência?

Ainda voltando aos polémicos anúncios da Ryanair, alguns têm sido banidos da comunicação social. Um deles, em Espanha quando colocaram o Primeiro-Ministro Zapatero a dizer “Humm, a Ryanair oferece dois milhões de lugares grátis. Isto é melhor do que o nosso ‘cheque-natal’”, fazendo referência a uma lei sobre incentivos à natalidade.

Poderemos estar a entrar num novo paradigma das “low cost” no mercado europeu, as rotas europeias começam a estar saturadas. A competição que movia as “low cost” contra as companhias regulares vai passar a ser entre companhias “Low Cost”. Na Europa, 261 aeroportos servem “low cost”. Estas têm quase 1.800 conexões e perto de 26.000 frequências semanais.

De facto são duas as companhias aéreas a aderir ao sistema de distribuição das agências de viagens, a Easyjet e a Vueling, o que só vem provar que o mercado está perto da consolidação. Possivelmente algumas companhias aéreas poderão não resistir à competição feroz entre as Low Cost.

No que respeita à Ryanair, em não querer abrir as vendas aos canais de distribuição das agências de viagens, vamos ver quanto tempo vai aguentar sem o fazer!