É hoje uma ruína que se demarca na paisagem pelo seu ar acastelado, construção em granito, terá tido nos seus tempos áureos 90 quartos com capacidade para 150 pessoas. A parte hoteleira é a que se localiza ao fundo do grande pátio e a construção do lado direito corresponde ao antigo balneário. Indicações dos seus tratamentos: reumatismo, gota, hipertensão arterial, colites, edemas, insuficiência circulatórias (Acciaiuoli.1939).Doenças do aparelho circulatório, rins e nas pert… (continua no fim das imagens)

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GRANDE HOTEL – Termas Radium
É hoje uma ruína que se demarca na paisagem pelo seu ar acastelado, construção em granito, terá tido nos seus tempos áureos 90 quartos com capacidade para 150 pessoas. A parte hoteleira é a que se localiza ao fundo do grande pátio e a construção do lado direito corresponde ao antigo balneário. Indicações dos seus tratamentos: reumatismo, gota, hipertensão arterial, colites, edemas, insuficiência circulatórias (Acciaiuoli.1939).Doenças do aparelho circulatório, rins e nas perturbações da nutrição, hipertensão arterial e nas feridas (Contreiras, 1951)

Termas Radium, Água Radium
Localidade de Chão de Pena / Aldeia de Quarta-Feira, Sortelha (Sabugal)

A Historia

A história deste sítio de águas minerais, embora recente (inícios do século XX), está envolta na lenda que começa com um conde espanhol, Don Rodrigo, que aqui teria curado uma filha de uma grave doença de pele, mandando posteriormente construir o hotel termal, de que hoje restam as ruínas com o seu ar acastelado. Mas o que vem ainda a adensar o mistério é a própria história oficial relatada por Acciaiuoli: “Até 1920 as águas não eram conhecidas e, naquele ano, o Prof. Charles Lepierre, declarou que as nascentes deste grupo denominado «Curie», eram dotados de propriedades radioactivas.” (Acciauoli 1944, III). Nunca o autor nos seus vários textos monográficos ou relatórios como engenheiro-chefe da Inspeção de Águas, nomeia o lendário conde espanhol; aliás, o único espanhol nomeado no processo é Enrique Gonsalvez Fuentes como concessionário das águas por alvará de 17 de Agosto de 1923.Mas o hotel termal já existia nesta data. Outro dado a equacionar nesta história é a vizinhança das Minas de Quarta-feira, com exploração iniciada em 1910 pela companhia francesa Societé d’Uraine e Radium, de onde partiu muito minério de urânio que foi trabalhado nos laboratórios de Paris, onde Madame Curie (1867-1934) trabalhava. É muito provável que fossem os franceses desta empresa mineira que denominassem as nascentes com o nome desta cientista galardoada com dois prémios Nobel. Sendo assim, o trabalho de Lepierre será enquadrado no processo de legalização da concessão de nascentes que já estavam em exploração. Segundo Luís Paulo “A Madame Curie esteve lá cerca de 4 meses”, mas não encontrámos nenhuma referência a possíveis estadias de Curie em Portugal. A história destas termas é descrita do seguinte modo pelo presidente da Junta de Freguesia: ”O fundador das águas de Radião foi o D. Rodrigo, ele tinha um nome diferente mas aqui ficou conhecido como o D. Rodrigo. Foi ele que mandou construir as termas, que mais tarde foram vendidas aos ingleses. Isto é assim, o D. Rodrigo deve ter abandonado a empresa mais ou menos pelos anos 30. Depois começou a exploração inglesa que como termas durou muito pouco, ficou só a exploração hoteleira. Foi durante esta exploração inglesa que houve um gerente que levou a empresa à falência, por volta de 1951 ou 52, era residente no Casteleiro, embora não fosse de lá. Depois foi leiloado em Lisboa, a uma família de lá, e depois os herdeiros desses, que eram muitos, vêm a vender ao Ramiro Lopes em 1984 ou 85. Ele ainda fez muitas obras, há coisa de 4 anos vendeu ao irmão. Atualmente o projeto está a andar, andam pessoas lá a trabalhar.” (Luís Paulo). Em 1929 a exploração termal é arrendada à empresa Sociedade Águas Radium Lda, por contrato até 1940. Esta sociedade introduz outro tipo de tratamentos para além dos de balneoterapia, como seja a aplicação de lamas, compressas elétricas radioativas e a “studa chair” para lavagem do cólon. Em 1940 terminou o contrato de arrendamento, mas a concessão continua nas mãos dos herdeiros Enrique Gosalez Fuentes. Acciaiuoli (1947), no relatório da atividade Inspecção de Águas de 1943-46, informa-nos que “a atividade desta Estância está suspensa desde 1945, sendo muito pequena a sua frequência: 35 inscrições em 1944 e 36 no ano anterior”. Em 1951 a sociedade francesa dá lugar à Companhia Portuguesa de Radium, de capitais ingleses, e terá sido esta empresa que toma conta do hotel, explorando apenas a parte hoteleira do complexo, conforme a descrição do presidente da junta, Luís Paulo, estando neste caso as suas datas desfasadas de 10 anos. Esta companhia mineira cessaria a sua atividade em 1961, mas nessa ocasião já o hotel termal estaria abandonado. O complexo termal foi leiloado em Lisboa (segundo Luís Paulo), e posteriormente comprado por Ramiro Lopes, residente na Panasqueira, com a intenção de transformar o local num hotel de luxo. Em 2000 este senhor vendeu a propriedade a seu irmão António Lopes, com o projeto de construir, numa primeira fase, um hotel de luxo (a partir das atuais ruínas) com campo de golfe e piscinas, e numa segunda fase seria trabalhada a parte termal. Em Ata de Reunião Ordinária n.º 3 da CM do Sabugal, de 28 de Janeiro de 2000, pode ler-se o seguinte ponto: “Presente ofício da Firma GOLFIBÉRICA referente ao projeto turístico da Águas Rádio – Serra da Pena – Sortelha, tendo o Presidente dado conhecimento da reunião com a gerência da empresa onde lhe foi dado a conhecer o interesse por parte de investidores estrangeiros naquele investimento, estimando-se a criação de cerca de 150 postos de trabalho. Propôs que a Câmara Municipal disponibilize a colaboração técnica possível e que se considere o investimento de interesse municipal, propostas que foram aprovadas por unanimidade.” Mas no local pouco foi feito, para além de bloquearem as entradas na propriedade.