Se fosse questionado sobre qual o destino mais procurado pelos portugueses no último ano, a resposta seria sem duvida ANGOLA. O crescimento da procura deste destino é superior a 300 % por ano. A política seguida por Angola é reduzir as importações em prol da produção no próprio país, daí que as oportunidades nesta antiga colónia sejam infinitas. Angola tem a necessidade de criar de forma acelerada muitos milhares de postos de trabalho em todos os sectores da sua actividade económica. A reabilitação das infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e administrativas têm a finalidade de desenvolver o país. Melhorar as condições de vida dos seus cidadãos, faze-los voltar às suas áreas de origem, proporcionando boas condições de habitação, de saneamento básico, de saúde, educação e empregos. A criação de um sistema de ensino profissional e universitário de qualidade, e de modo a superar a grave carência de quadros e mão-de-obra qualificada do país. Todo este quadro económico, social e educacional, abre espaço aos empresários portugueses, quer para os que já se encontram há alguns anos em Angola quer para aqueles que pretendem investir numa perspectiva séria e duradoura. Muitas vezes a débil situação económica e financeira das empresas portuguesas, associado ao individualismo reinante na nossa esfera empresarial, contribuem para um quadro de dificuldades. Difícil é também o confronto com a concorrência proveniente de países como o Brasil, a China e da própria Espanha, os quais criaram sistemas de apoio financeiro sustentados e adequados às suas empresas e não meros apoios de capital financeiro sem objectivos definidos. Para as empresas de menor dimensão, a solução poderá passar pela cooperação e associação empresarial de modo a desenvolverem uma abordagem de forma sustentada e organizada. Actualmente assistimos todos os meses a uma crescente dificuldade na obtenção de vistos de entrada no país, possivelmente fruto de uma maior preocupação e selecção de empresas a entrar no país. Este aumento de dificuldade vem impor barreiras aos empresários que estando em dificuldades em Portugal vêem Angola como a ultima oportunidade para as suas actividades. No entanto, deverão estar cientes que mesmo existindo uma boa conjuntura, os investimentos deverão ser calculados e sólidos, evitando que se agrave ainda mais a sua situação.

Editado no Jornal Diário de Viseu e Jornal Beirão,em 02Fevereiro 2009